DISTÚRBIOS, LOCAIS E DE REPERCUSSÃO, DE ÁREAS OCCIPITAIS

DISTÚRBIOS, LOCAIS E DE REPERCUSSÃO, DE ÁREAS OCCIPITAIS
(Aníbal Silveira)¹
Campinas, SP
RESUMO²

A pneumoencefalografia (PEG) revelou alterações predominantes na região occipital em 15 pacientes com a síndrome psiquiátrica occipital: a) 4 com quadro concordante, que não foram reexaminados após suficiente intervalo; b) 6 cujo quadro também concordante progrediu para a síndrome parieto-occipital segundo revisões psiquiátrico-encefalográficas; c) 5 com síndrome frontal diagnosticada como de repercussão de alterações occipitais, já no primeiro exame psiquiátrico (Quadro III).

Inversamente, examinando, também às cegas, 10 pacientes com alterações pneumoencefalográficas occipitais predominantes, encontramos um grupo com sintomas localizatórios, 12, concordantes (Quadro IV). 

Anexando ao lobo occipital, em sentido estricto, os campos 7 e 30 de Brodmann, clinicamente associados, teríamos na síndrome occipital: a) um quadro intrínseco, com transtornos afetivos da personalidade, e b) um quadro de repercussão conativa e intelectual, por alterações das regiões parieto-temporal e frontal, respectivamente. Confrontamos os processos psíquicos normais e os distúrbios correspondentes (Quadro V): Regência afetiva do pensamento: Delírio – místico, de ciúme -; Preensão orientada: colecionismo; noção tridimensional do espaço: Desorientação espacial; Leitura: Alexia; Cálculo: Acalculia; Noção de cor e, visual, de forma: Agnosia visual; (Reação parieto-occipital – Construção: Apraxia de construção (Kleist); Destrutividade; Ação coordenada: Apraxia ideocinética; Escrita: Agrafia; Discriminação táctil: Agnosia táctil, Disestesia; Olhar: Incapacidade de dirigir o olhas; Vista: escotomas centrais.

¹Chefe do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, SP.
² Comunicação ao 4.º Congresso Brasileiro de Neurologia, Porto Alegre, RS, a 6 de julho de 1970.