Parafrenia na acepção de Kleist. Estudo de 6 casos¹.
Francisco Drumond de Moura, Dora Martinic, Terezinha Oliveira, Alberto Pontes
Departamento de Psiquiatria, Faculdade de Medicina de Jundiaí
É necessário, quando se fala em Parafrenia, precisar o critério adotado para interpretar o quadro clínico. A parafrenia na acepção de Kleist corresponde a um grupo distinto, em um sentido um pouco diferentes dos outros autores. A diferença fundamental entre eles é que Kleist se baseia na patogênese do quadro clínico enquanto os autores em geral o fazem apenas pelo aspecto descritivo. A parafrenia de Kleist corresponde a um grupo de três tipos bem definidos: Delírio Circunscrito, Psicose Progressiva de Interpretação e Psicose Progressiva de Referência. Esses 3 tipos são formas que Kleist denominou atípicas ou extensivas, porque envolvem no seu decurso outras esferas da personalidade, que não aquela atingida no início da doença. Essas formas são assistemáticas, de início tardio, com quadro clínico claramente evidenciado do ponto de vista da patogênese, com evolução lenta e com pequena deterioração mental na fase residual. No trabalho são apresentados 6 casos estudados do ponto de vista da patogênese, distribuídos em 2 casos para cada forma. Um dos casos de Psicose Progressiva de Interpretação apresentou-se, inicialmente, como uma das formas diatéticas. Foi estudado também um caso de Delírio Circunscrito de Roxo, devido ao seu aparecimento mais tardio, semelhante à parafrenia.
¹Trabalho apresentado no 4º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, Fortaleza/CE, setembro de 1976