TEORIA DA ABSTRAÇÃO¹
Segundo as concepções da ciência biológica, todos os animais são dotados, em graus diversos, de um conjunto de funções psíquicas que lhes permitem, através da sensibilidade e da motilidade, modificarem, a cada instante, a respectiva conduta em conformidade com as condições do mundo exterior. Essa modalidade da vida, chamada vida de relação ou animal, coexiste e mantém íntima ligação de mútua interdependência com as manifestações vitais, puramente vegetativas, de conservação tanto do indivíduo quanto da espécie, as quais, por serem as únicas observáveis nos vegetais são englobadas sob a denominação geral de vida vegetativa.
Nos seres humanos, a superior capacidade de todas as suas funções nervosas e, em especial, as cerebrais, lhes permitem elaborar, do mundo exterior e de si próprio, imagens cada vez mais complexas e, portanto, mais próximas da realidade. Essa capacidade, altamente desenvolvida nos homens, graças à influência do meio social em que vivem, varia muito de intensidade e de eficácia.
De qualquer modo, mesmo quando reduzida aos seus menores graus, a inteligência tem por finalidade principal elaborar, a partir das realidades objetivas e subjetivas, isto é, do meio em que vive o homem, como de si próprio, conhecimentos integrados pelas respectivas imagens cerebrais. E a partir dos sinais que as representam, produzir conhecimentos que permitem traçar, das aludidas realidades, um quadro de situação futura, vale dizer, que possibilitem prever os acontecimentos vindouros. Assim, graças a essa operação mental, é possível ao homem prever, isto é, agir sobre o mundo, para adaptá-lo às suas conveniências, ou quando isto ainda estiver acima de suas forças, agir sobre si próprio para resignar-se, provisoriamente, ao fato ainda inacessível à sua intervenção. A fórmula de Comte, conhecer para prever, a fim de prover, sintetiza essa marcha do entendimento humano.
A inteligência estimulada pelos sentimentos, trabalha, preponderantemente, no sentido de obter, progressivamente, a melhor concepção possível da realidade, porquanto disso depende a satisfação de necessidades tanto mais numerosas e variadas quanto mais se sobe na escala zoológica, e nos homens, quanto mais se aperfeiçoa e desenvolve a estrutura social. Mas, além de seu destino de planejar as atividades práticas, a inteligência, em seus níveis superiores, dedica-se também a idealizar as realidades, poetizando-as para emocionar.
As ciências e as artes práticas emanam da primeira modalidade das atividades cerebrais, ao passo que as belas artes, desde a poesia até a arquitetura – resultam da segunda forma daquelas atividades. Tanto concebendo o mundo para melhorá-lo, quanto o idealizando, para embelezá-lo o entendimento trabalha segundo as mesmas leis gerais.
O saber, quer aquele que tem por mira o verdadeiro, quer o que se dedica ao belo, pode ser adquirido usando-se apenas a razão individual ou simultaneamente, a razão coletiva ou social.
A Razão consiste, em última análise, na maior ou menor aptidão que manifestam os animais superiores e em especial os homens para, mediante o conjunto de suas funções cerebrais, descobrirem as ligações ou as relações de dependência realmente existentes entre eles próprios e o meio em que vivem, e do qual dependem, de modo a lhes permitir estabelecer análogas relações entre as respectivas imagens cerebrais. Tanto maiores sejam as ligações ou relações de interdependência assim descobertas e devidamente reproduzidas no cérebro, tanto mais racionais e sistemáticas serão as concepções que, de outro modo, ficariam incoerentes, desligadas umas das outras.
A continuidade histórica que, mais do que a solidariedade caracteriza a humanidade, se faz sentir no domínio do saber, pelo contínuo desenvolvimento da razão coletiva a qual, pela educação, é transmitida á generalidade dos indivíduos, cujas inteligências podem, desse modo, em poucos anos, atingir um nível alto de racionalidade que lhes seria inacessível com o emprego exclusivo da própria razão.
Animais sociáveis que são, possuem os homens notável aptidão para uma rápida identificação de seu estado cerebral com o de outros indivíduos que veneram ou respeitam por qualquer motivo. Essa assimilação pode ser feita de dois modos: mediante o uso da fé ou confiança, geralmente decorrente dos sentimentos altruístas, responsáveis pela sociabilidade, ou à custa da repetição, pelo indivíduo dos processos indutivos ou dedutivos adequados à descoberta das verdades e conhecimentos da causa. A vida em sociedade exige um largo uso da fé ou da confiança reciproca, sem a qual, certamente, todas as atividades coletivas entrariam em colapso e estagnação. Sem a fé ou confiança, cada vez que um indivíduo fosse ingerir um alimento, teria ele próprio de proceder à sua análise para certificar-se de sua pureza.
Identicamente, todas as vezes que uma pessoa fosse atravessar uma ponte, usar um automóvel, um bonde ou um elevador, teria de proceder a um prévio e rigoroso exame de suas perfeitas condições técnicas. Semelhante atitude, fruto que seria da desconfiança generalizada, pode ser observada em todos os casos de psicose, caracterizados pela mania de perseguição.
Segundo a teoria das funções do cérebro, vimos que os seres e as coisas objetivas, nos revelam a sua existência mediante atividades específicas as quais excitam, de modo especial, os órgãos da percepção, produzindo sensações. Essas por sua vez, constituem, os elementos sem os quais seriam impossíveis as construções desses seres e coisas, as imagens representativas do mundo exterior.
O cérebro é assim alimentado, estimulado e regulado pelo próprio meio cósmico em que vive. O entendimento, porém, não fica passivo ante esses dados objetivos, ele os dirige, transforma e assimila, sob o impulso dos interesses que o estiverem aguilhoando. Inicialmente, graças ao órgão da observação concreta, o cérebro reúne ou refere todas as sensações a uma imagem única ou sintética, que assim, reproduz a proximidade do objeto de onde provieram as sensações. Formam-se, assim, as chamadas imagens concretas, adstritas a seres individuais. Simultaneamente, ou não, prosseguindo o estímulo de um interesse qualquer, intervém a contemplação abstrata, que dissocia as imagens subjetivas, independentes umas das outras, sem as referir ao objeto de onde provieram.
Dessa elaboração cerebral, participa a elaboração indutiva, que comparando sensações atuais com as antigas, já deduzidas as imagens, descobre os aspectos ou propriedades comuns, elimina os atributos particulares, aplaina as diferenças individuais e acaba por construir novas imagens que não referentes a nenhum dos objetos individualmente, mas a todos indistintamente, porque compostos por aquilo que de comum existe entre eles. Esse trabalho intelectual é conhecido sob o nome de abstração. Seus frutos são as leis indutivas. Abstrair (do latim abs – traere – retirar de) consiste, pois, em separar uns dos outros, pela análise, os fenômenos, as propriedades, os atributos que integram os objetos ou seres reais, bem como as relações existentes entre eles, não obstante não existem tais propriedades e atributos senão em seres ou coisas individuais, nos quais coexistem englobadamente.
Meditar sobre tais fenômenos ou propriedade, sem os referir a nenhum dos seres concretos nos quais hajam sido inicialmente contemplados, constitui o aspecto básico dessa elevada elaboração cerebral com a qual, pouco a pouco, se constrói a nossa razão abstrata.
Se toda imagem concreta ou sintética, corresponde a um objeto ou a um ser, independentes de nosso cérebro, o mesmo não acontece com as imagens abstratas, ou analíticas, que são subjetivas, isto é, existem apenas em nosso entendimento, conquanto sejam sempre construídas com materiais provenientes ou inspirados pela realidade objetiva.
O processo de formação dos conceitos é uma forma de abstração que afeta numerosos aspectos e propriedades secundárias dos seres ou objetos que interessam no momento. O conceito de animal, por exemplo, surge na medida que vão abstraindo ou eliminando os aspectos ou atributos particulares que diferenciam os animais uns dos outros para conservar, apenas os que são comuns a todos eles.
Certamente o raciocínio abstrato afasta-se da realidade, mas esse caminho para evidenciar as ligações características, isto é, às leis que exprimem a interdependência dos fenômenos ou acontecimentos, é o melhor caminho para conhecer. Pode-se mesmo dizer que a elaboração, elevando-se do concreto ao abstrato, não se afasta da verdade, pelo contrário, dela se aproxima por atingir os seus aspectos mais gerais e comuns a todos os seres e coisas.
Generalizando ou induzindo por abstração, a razão teórica isola e destaca cada fenômeno de todos os outros que com ele realmente coexistem para compará-lo com os que lhes são semelhantes. A abstração substitui a observação direta dos seres e coisas quaisquer pelo estudo (geral) isolado de cada um dos diversos tipos de suas atividades que podemos perceber direta ou indiretamente.
Além das abstrações muito simples, correspondente às propriedades ou fenômenos gerais como: extensão, forma, peso, temperatura, eletricidade, alto, baixo, belo etc., a elaboração cria também imagens abstratas complexas. O conceito expresso pela palavra árvore, por exemplo, abrange todas as propriedades comuns às mangueiras, às laranjeiras, etc., com exclusão porém daquelas que forem exclusivas ou características de cada espécie de árvore, em particular; do mesmo modo que com a palavra objeto, nos referimos simultaneamente à forma, ao peso, à cor, etc. que em geral são perceptíveis em todos os objetos concretos, sem que porém, tornemos explícitas qual forma, qual cor, etc., isto é, sem que individualizemos o objeto. São imagens genéricas construídas pelo entendimento.
O conjunto de nossas abstrações forma no interior do cérebro, um mundo subjetivo que reflete e reproduz de modo simplificado e, portanto, aproximativo, o mundo objetivo, existente fora, e independente de nós, cuja imensa diversidade real não comporta imagens que o abranja e descreva tal como é. Esse último desiderato é mui parcialmente alcançado pela razão concreta, cujas imagens materiais estão, por isso mesmo, restritas aos seres corpóreos.
Na medida que concepções teóricas se aproximam das realidades objetivas, perdem generalidade e reciprocidade. Esse admirável repertório de saber coletivo, que é a linguagem, no dizer de Comte, é formado de sinais fônicos, todos correspondentes, salvo os substantivos próprios, a ideias abstratas, sem as quais ela não seria possível. Todas as palavras como correr, amar, cavalo, esfera, cara feio, terrível, pátria, vida etc., exprimem ideias abstratas, não individualizadas.
O imenso e variadíssimo estoque de abstrações de que se vai enriquecendo a linguagem, na medida da evolução social, constitui fecundo tesouro indispensável à criação das ciências, das técnicas, e das artes positivas, como também à elaboração das fantasias teológicas e metafísicas. A capacidade de abstrair é, portanto, uma das propriedades mais preciosas do entendimento humano.
Comte mostrou também que a razão concreta, ao procurar descobrir as relações existentes entre os objetos e seres diretamente, não é capaz de os abranger e correlacionar senão em número muito restrito. Somente a razão abstrata ou científica, permite atingir aquela generalidade de relações, isto é, aquela racionalidade necessária a uma ampla concepção do mundo e do homem, na qual se enquadram, simultaneamente, pelo menos de modo esquemático, todos os casos ou todas as modalidades das existências objetivas. É preciso, pois, abstrair para poder generalizar, para poder prever os acontecimentos.
A Humanidade não pode prescindir nem de seus conhecimentos teóricos, nem dos práticos; os primeiros nos dão, do mundo e do homem, um esquema geral, conquanto relativamente distanciados da realidade objetiva. Os segundos, delimitados e orientados pelos primeiros, completam em cada caso particular, o aludido esquema geral, permitindo maior aproximação da realidade, indispensável às atividades práticas. A passagem das concepções abstratas para os planos objetivos, isto é, a transição da teoria para a prática, constitui uma das mais difíceis tarefas, mas também das mais indispensáveis, porquanto todo trabalho intelectual, deve ter um destino social, isto é, amar e conhecer, para bem servir à Humanidade.
É mediante o estudo do homem e do mundo, isto é, dos diversos modos de sua existência numérica, geométrica, mecânica, astronômica, física, química, biológica, sociológica, que as meditações indutiva e dedutiva resolvem o problema de conhecer a ordem universal de modo a poder prever os acontecimentos e, portanto, prover de conformidade com os interesses sociais.
Pondo de lado as atividades intelectuais de cunho estético, elabora o entendimento, a partir das mais concretas e objetivas e, por isso mesmo, mais espontâneas, concepções cada vez mais abstratas e mais gerais, até atingir aquelas que segundo Comte, constituem a Filosofia Primeira.
O saber que integra a Filosofia Primeira corresponde às concepções abstratas de generalidade superior, isto é, aquelas nas quais, além de se abstraírem os seres em que se contemplam os fenômenos também se afasta a consideração da natureza própria a cada uma dessas categorias de atributos.
Esse saber supremo, ponto de vista geral sobre o conjunto de ordem cosmológica e humana, sem entrar, porém, em nenhum de seus detalhes, surgiu, historicamente, como não poderia deixar de ser, depois de um suficiente desenvolvimento da Filosofia Segunda, dedicada ao estudo de cada um dos aludidos grupos de fenômenos. Do mesmo modo, esta última só começou se formar, com Tales, baseada em vasto cabedal prático e experimental a que Comte, denominou Filosofia Terceira. Somente o estudo sistemático de cada um desses conjuntos de conhecimentos permitirá caracterizá-los melhor.
Em síntese, as Filosofias Primeira e Segunda contêm todo o saber abstrato até o momento obtido pela Humanidade. Os conhecimentos, empíricos ou práticos, integram a Filosofia Terceira.
A lógica, concebida como o estudo das operações de entendimento em seus esforços no sentido da elaboração dos conhecimentos teóricos ou práticos, não deve, segundo Comte, ficar separada desses resultados de sua própria atividade, visto como que é raciocinando que se aprende a raciocinar, e não discorrendo sobre a arte de raciocinar.
O estudo do método devendo, pois, ser inseparável do da doutrina, os esclarecimentos a respeito das operações realizadas pelo espírito, deverão efetuar-se a propósito dos casos simples, suficientemente, claros e precisos, em que a operação lógica estiver em ação.
O positivismo, desse modo, não desliga o estudo teórico, nem o tirocínio prático, da lógica, do ensino das ciências, as quais, na verdade, constituem o seu melhor campo de aplicação e exercício.
Toda operação lógica nada mais é do que o concurso normal (isto é, não patológico) de sentimentos, imagens, sinais para a elaboração, em cada caso, das concepções mais convenientes aos nossos interesses morais, intelectuais ou práticos. Nessas operações, os sentimentos põem, com energia, os problemas e excitam os demais órgãos cerebrais que fazem então surgir as imagens e os sinais de qualquer modo ligados ao caso.
As imagens dão clareza e nitidez à composição. Os sinais facultam precisão, concisão, e rapidez aos encadeamentos lógicos, ora substituindo-se a certos sentimentos ou imagens, ora sugerindo novos sentimentos e imagens com que estejam relacionados. O encadeamento dos elementos que integram cada operação lógica, se processa mediante a elaboração indutiva ou a elaboração dedutiva ou ainda por ambas.
Induzir ou generalizar, consiste em estender a todos os casos semelhantes, uma relação constante descoberta mediante o exame direto de reduzido número de manifestações do fenômeno considerado. Das numerosas imagens de árvores que temos no cérebro, tais como as da mangueira, do abacateiro etc., a elaboração indutiva consegue assinalar e destacar aspectos comuns, como o da existência em todas elas, das raízes, caules e folhas. O seu trabalho logo se completa, generalizando este fato, mediante o enunciado de uma propriedade abstrata ou lei de semelhança: todas as árvores são dotadas de raízes, caules e folhas. O mesmo método lógico pode assinalar também que se árvores produzem frutos e generalizar essa relação constante de dependência do aparecimento dos frutos à existência, prévia, das flores. Nesse último caso, institui-se indutivamente, uma lei de sucessão: todas as árvores que florescem, produzem frutos.
A indução pode ser feita por observação, experimentação, nomenclatura, comparação e filiação histórica.
Na indução por observação, o fenômeno cuja lei procuramos, é contemplando tal como se produz espontaneamente, sem que nele se provoque qualquer modificação. É o método da astronomia, cujos fenômenos são apenas observados. As leis básicas da física, são em geral obtidas pelo método experimental, porquanto os fenômenos correspondentes, manifestando-se em corpos terrestres ao nosso alcance, podem ser produzidos pela observação e pela elaboração.
A nomenclatura e a comparação, modalidades do método indutivo, tem seus melhores campos de aplicação em química e biologia respectivamente.
O primeiro desses dois processos lógicos, consistem em induzir propriedades ou relações entre as substâncias compostas e os componentes, mediante as aproximações ou semelhanças postas em relevo pelas classificações naturais.
O outro método comparativo, consiste em contemplar um fenômeno em suas sucessivas fases de crescente complicações. Meditando-se, por exemplo, a respeito da respiração tegumentar, que é mais simples e características dos seres inferiores, passa-se, com relativa facilidade, a compreensão da respiração traqueal, e por fim, à respiração pulmonar, que constitui a forma mais complexa desse fenômeno biológico, cujas leis podem assim descobrir com a maior facilidade e segurança.
A sociologia institui suas leis utilizando-se, principalmente, do método conhecido sob o nome de filiação histórica. Esse método opera uma verdadeira comparação das diversas fases da evolução social, cada uma das quais se filia à anterior e serve de base à seguinte.
Descobertos, pela indução, os princípios ou as leis fundamentais de cada categoria de fenômenos, torna-se possível o emprego do método dedutivo, o qual consiste em fazer emanar daqueles princípios, outros conhecimentos, neles implicitamente contidos, como consequência necessária do fato geral. É o método preponderante em matemática, cujas bases indutivas são tão espontâneas e simples que passam desapercebidas.
Há um terceiro método geral, o construtivo, altamente empregado pela ciência moral. É ele caracterizado pela maior intervenção do subjetivismo que orienta e seleciona as induções e deduções no sentido de dar às elaborações lógicas a forma mais bela e simpática, isto é, favorável ao altruísmo. Quando se diz que a física é a ciência experimental, ou que a experiência é o método físico, deve-se entender que tal método é o mais empregado nessa ciência, ou ainda que é no estudo dos fenômenos correspondentes que esse método revela melhor suas características e sua fecundidade.
Desse modo, há sempre, para cada ciência, um método mais adequado, o qual passa a distingui-la. É preciso, no entanto, ter em vista que as ciências são instituídas com o auxílio das totalidades dos métodos lógicos de que dispõe a Humanidade. Entre eles há, porém, uma ordem de subordinação, porque não é possível deduzir, sem que se haja previamente induzido, nem construir sem suficientes induções e deduções preparatórias.
Induzir para deduzir, a fim de construir, tal a súmula dessa sequência. Finalmente resumiremos essas indicações dizendo que a abstração fornece à lógica as imagens e os sinais de que ela necessita para que, sob o impulso dos sentimentos, possa elaborar tanto ficções estéticas, quanto realidades científicas e os planos práticos que constituem o objetivo da poesia, da ciência e da indústria.